sexta-feira, 29 de outubro de 2010

primavera


Recebi este texto por e-mail e achei que vale a pena coloca-lo neste blog, porque
ele merece ser lido sempre pois é sensacional e lindo.
Este testo foi extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1".


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

:)


Sempre tive a sensação que sempre causava nas pessoas a impressão de que era insignificante, fechada e de que não conversava com ninguém.
É certo que sou um pouco fechadona mesmo e muito dificil de se fazer amizades.
Amizades mesmo só combino com quem vou com a cara mesmo, e isso é muito feio, mas
faz parte de mim mesmo.
Mas uma coisa tenho que mudar muito é saber abrir a boca e conversar e transmitir para as pessoas que sou uma boa companhia para ouvir e ajudar.
Mas uma situação que me aconteceu e fiquei muito mas muito feliz mesmo é acho que estou aprendendo e transmitindo confiança para ouvir e dar conselhos.
Foram muitas reações que partiram do meu coração, surpresa, susto, alegria, preocupação e estes sentimentos se misturaram de tal forma que até agora estou meia tonta porque foi realmente uma surpresa muito legal, e quero sempre receber isso.
Afinal sempre pensei que era uma pessoa inutil que não fazia e não dizia nada de legal.
Nossa a adrenalina está correndo com tudo dentro de mim, pq estou aprendendo uma coisa que devia ter aprendido faz tempo, tirando o medo da minha alma e deixando a preocupação de achar o que as pessoas vão pensar.
Quero que isso se repita sempre e eternamente, pois sabe vou quero aprender muitas coisas com "VOCÊ" pois vejo a sua inteligência e habilidade que nunca imaginei que tivesse.
Quero sempre estar aqui para ouvir, discordar (afinal não devemos amaciar o ego)torcer sempre!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

libertar

O medo consome a minha alma como os vermes que devoram um cadaver
Sou prisioneira do medo, tento me libertar mas ele sempre vence
Mas a verdade que o deixei a porta aberta para o medo entrar
e mesmo que tente ele não quer sair
Isso está prejudicando tudo na minha vida
Tenho que tomar medidas concretas para me livrar dele
Já sei, fecharei os olhos e todas as portas e fingirei
que o medo não existe na face da terra
e sim, com certeza me libertarei e farei e direi tudo
que eu quero.